“mal de olho, negros meigalhos,
cheiro dos mortos, tronos e raios”
–do conxuro da Queimada
–do conxuro da Queimada
Galiza, isse país estranho:
Galiza é sem dúvida um pais de sucessos estranhos, estrangeiras e estrangeiros nom duvidam em dizer que “en esta tierra pasan cosas muy raras” cousas que resultam inexplicáveis mais que apontam a “forças estranhas” que nom compreendemos… coma naçóm atlântica, Galiza tem umha forte carga mitológica sobre todo iste lendário…
O 13 de Novembro do 2002 deu começo um dos episódios mais penosos e insultantes para a historia da Galiza : O desastre do Prestige; por isso o dia 13 de Novembro quedará gravado a ferro na nossa memoria colectiva como Galegos e galegas, e sempre o assinalamos no calendário coma umha data para lembrar um berro que hoje volta a escoitar-se com mais força que nunca: NUNCA MAIS!!! (por certo ide a mirar que data do ano Manfrez “O Alemã de Camelhe” assinalara com anterioridade no próprio porto de Camelhe, no espigóm).
A marea negra e a negra incompetência do Partido Popular provocou que a desgraça assolara toda a costa galega mais também provocou que a marea branca da solidariedade acudira em massa desde toda Galiza e boa parte do resto de Europa, agrupados em fraternal irmandade baixo a bandeira do Nunca Mais. Moitos arribaram a Galiza para solucionar aquela desastre que a incompetência inoperância e falta deprevisóm do PP agravou mentras os meios de comunicaçóm centravam (sem saber daquelas moi bem por que; sendo Carnota a “zona 0”) toda a sua atençóm em Muxia.
As 13 moedas de Judas:
Muxía fora umha vila pequena que debía a sua existência o mar; pois sempre foi iste o seu principal recurso para o sustento mais a maré negra rematara de súpeto com todo aquilo; e os meios de comunicaçóm tinham especial interesse em assim reflexalo; TODOS OS DÍAS SAÍA MUXIA NA TELE E MESMO SE DERAM AS BADALADAS DAQUEL ANO DESDE MUXIA!
…Resultava que em realidade o 2003 era ano de eleições municipais e os cartos em forma de indemnizações milhonarias e as promessas nom tardarom em chegar.
O PP queria dar um golpe de efeito e tentou mercar o povo de Muxia. Os cartos e a promessa de um parador de turismo para a vila foi o prezo a convenir... já nom teriam que depender do mar... “mais nunca”
Da mão das gentes de Muxía estava a 1ª das redenções democráticas da Galiza, a honra das palavras Galega e Galego também dependiam em certo jeito do que saíra de aquelas caixas de votos... e moitos e moitas cumpriram; mais UMHA MAIORÍ TRAICIONOU-NOS...
Aquel dia um a um foram entrando nas furnas os votos o candidato do PP... e cada vez que isto ocorria repetia-se a imagem de Judas recolhendo aquelas 13 moedas... 10,100,1000 vezes e mais; Judas recolheu aquelas 13 moedas... nom só se traiçoaram a eles mesmos; traiçoaram também o bom nome e honra dos galegos, traiçoaram a todos aqueles voluntários (entre eles um servidor que escreve) que, pagando com cartos do seu peto, a viagem ate alo incluso desde Alemanha, foram ali a limpar voluntariamente... e o que é pior de todo: traiçoaram o mar que sempre lhes deu sustento e a Mãe Galiza que com tanto agarimo lhes deu morada... ...todo por aquelas 13 moedas; igual que Judas.
Aqui nom passou nada; há que esquecer:
A tónica geral foi de “aqui nom passou nada” semelhava co decorrer do tempo que as gentes de Muxía centraram-se no cobro daquelas 13 moedas... exigiram a construçóm do famoso e aclamado parador de turismo; negocio do que, por outra banda, nem concelho nem vizinhos seriam proprietários xamais... Baratos se venderam aqueles Judas; as suas 13 moedas nom eram nem um prato de caldo para o futuro dos seus, deixaríam de ser luitadores do mar para ser escravos de Paradores S.A. ...moito melhor; onde vai parar.
Passavam os anos e o famoso parador nom chegava; mais de súpeto no 2013 comezarom as obras; assim, sem mais... ¿sem mais, seguro?
No Estado Espanhol a justiça nom existe:
O ano 2013 ia a ser o ano do juízo do Prestige, e nom convinha ter a gente ca atençóm posta em Muxía já que logo arrancarom as obras do parador para tapar moitas bocas.
Assim o dia 13 de Novembro do 2013 fixo-se pública a sentença do juízo polo Prestige, NINGUÉM ERA CULPAVEL!!! ...e quedou demostrado que a justiça do Estado Espanhol era um invento, mais um aparato o serviço dos de sempre...
E a chama do Nunca Mais voltou a iluminar mais umha vez reclamando,se cadra de um jeito um bocado iluso, honra os ruins... A gente viu-se estafada, enganada e mesmo insultada... Os poderosos controlavam todo, e eles mesmos eram porteiros dos cárceres onde deveriam estar presos.
“...Ninguém pagará? Queremos justiça!”
-“...Ninguém pagará? Queremos justiça!” escoitava-se por todos os recunchos do pais dos galegos e mais aló de Ponferrada... sentiam-se doidos ante a situaçóm; pois culpáveis e traidores nom iam a pagar polos seus delitos ou infâmias... que vergonha...
...Mais algo aconteceu! Mais aló do controlo da mão dos homens poderosos... Algo próprio dos contos atlânticos do pais galego; algo que, fora de toda compreensóm trazia dalgum jeito a justiça.
Contra todo prognóstico, o dia de Nadal de 2013 a Igreja da Virgem da Barca era alcançada por um lóstrego e consumida posteriormente polas lapas. O símbolo mais senlheiro de Muxía; o atractivo nº1 da vila; o único quem de encher aquel parador de turismo, parador graças o qual nom teriam que depender mais daquele mar o que traiçoaram... Aquelas 13 moedas cada vez tinham menos valor...
Umha mágoa, sem dúvida, para um dos ícones do património galego mais conhecidos... que triste perda e que estranho sucesso senhoras e senhores, inexplicável como puído acontecer JUSTO o dia de Nadal... mais ¿para que querem umha virgem marinheira aqueles que venderom a dignidade de ser marinheiro? estranha coincidência que ardera JUSTO no ano da injusta sentença do Prestige...estranha coincidência que ardera a Virgem da Barca de Muxía e nenhuma outra...estranha coincidência que ademais os dous pára-raios que tem resultaram inúteis...
Igualinho que nos mais escuros meigalhos, ou se cadra “agasalho” de nadal dum deus Cristiano que quere dar um outro “golpe de efeito” com um sinal do céu a jeito de “Justiça Divina” ou se cadra ¿é froito do famoso Karma como prova disa espécie de justiça divina?, ¿ou será mais vem a Justiça Divina dissa Galiza Mãe e Senhora que decide vingar a honra do seu nome?
Todo isto tem umha explicaçóm cientifica, obviamente, que é na que acredito; pois eu nom creo em cousas de meigas… “MAIS HABELAS HAINAS”
O pior de tudo é que sempre pagam os justos pelos pecadores. Conheço Mugia. De facto considero-a a minha segunda terra depois de Ourense donde eu sou e ali há muita, muitíssima gente boa, de coraçao.
ResponderExcluirConcordo caro Barbosa; em Mugía há boa gente; mais o artigo é o que é...
ResponderExcluir